segunda-feira, 21 de maio de 2012

VÍTIMAS E ALGOZES



                                                                                    VÍTIMAS E ALGOZES


Nunca houve, em época alguma, tantas vítimas como nos dias atuais. Deixando de lado as grandes tragédias, as guerras e ações criminosas partamos para análise de algo mais simples e do cotidiano das criaturas.

O ladrão rouba porque a sociedade não lhe deu meios para obter boas escolas, bons empregos ou mesmo um modesto emprego, portanto, achando-se no direito de roubar. Sente-se vítima da sociedade e da vida.

O marido trai a mulher porque ela não mais lhe atrai fisicamente, não lhe dá atenção que precisa, não o compreende. A mulher procura romance extra conjugal porque descobriu que o marido não é sua alma gêmea, só pensa em trabalho, não lhe valoriza, etc. Por fim, traem-se geralmente por motivos que são quase sempre, externos. Do outro.

Um amigo não fala mais com seu amigo porque ele não dá retorno. Não telefona mais e nem envia e-mails.
"Não dou mais porque não recebo nada em troca".
Ficamos constantemente chateados porque alguns companheiros, familiares ou mesmo nosso amor profundo não nos dão atenção como antes. O que fazemos? Emburramos, fechamos a porta e levantamos altos muros cercados de arames farpados intransponíveis e depois reclamamos: "Por que nos esqueceram e não nos procuram mais?"

Todos se consideram injustiçados. Seria de se perguntar por que Deus permite que haja tantos sofredores, tantas criaturas só recebendo maldade alheias.

Mas poucos percebem que quando reagem à sua condição de "vitimas" mudam-se os papeis. Tornam-se algozes. Por mais ligths sejam suas atitudes, por maiores sejam as razões que possuam.
Desde que descobrimos que há uma lei imutável que se chama a Lei do Retorno, tudo que recebemos é o que damos, não há probalidade alguma de existir vítimas no universo inteiro e na própria terra.
Nós somos os autores de tudo que nos acontece. Somos apenas vítimas de nossos erros, de nossas atitudes falhas que geraram atitudes dos outros que não gostamos.
Muito sábia a frase que corre pela Internet:
"Se não está gostando do que anda recebendo, analisa o que está doando" ( desconheço a autoria)

Não julgar. É uma das lições mais difícil de ser aprendida, mas havemos que absorver para não desperdiçar a oportunidade de ouro de evoluir nesta mesma vida, superando a condição de homens ainda animalizados nas vinganças pequenas ou grandes.
A atitude certa é a de procurar um entendimento com o outro. Dialogar, abrir o coração e expor o que está sentindo para que não haja má interpretação de ambas as partes. Muitas separações e dores seriam evitadas com esta decisão.

Esta nova geração que está nascendo já está nos ensinando a pureza dos anjos e das crianças; daquelas que não se ofendem por coisa alguma; amam sem nada pedirem em troca.
Ensinam-nos que amar o outro é amar a nós mesmos, julgar o outro é julgar a sombra que possuímos.
Hoje não mais aprendemos com os idosos que ainda trazem muitos erros das gerações passadas. Agora são as crianças que nos ensinam.
Aprendamos enquanto há tempo.
 

A amar e a compreender, lembrando sempre que nunca fomos vítimas em tempo algum.
 
 
                                                       Miryã Kali/ MLucia

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