quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

DIVÓRCIO



DIVÓRCIO
 
 
Décadas atrás a palavra divórcio era olhada com reservas e os divorciados, ou os chamados desquitados antes da liberação do divórcio, eram visto como criaturas estranhas a sociedade. Uma mulher separada era estigmatizada entre seus familiares e amigos.
 
 
Hoje em dia o divórcio tornou-se um lugar comum, algo até como uma moda entre os casais, as estatísticas que mostram o número dos divorciados é alarmante para deixar de comentar entre nós, espíritas ou não.
 
 
Trabalhando no Atendimento Fraterno do centro espírita onde frequento, atendo muitos casais acompanhados dos filhos, procurando auxílio espiritual para si e para seus rebentos. E posso afirmar com total segurança que, infelizmente, as separações são extremamente prejudiciais às crianças, quer os pais e psicólogos aceitem ou não.
 
 
Sábado passado, no último Atendimento Fraterno que trabalhei, atendi um casal com uma menina de 10 anos, muito meiga e amorosa, mostrando sem alarde, ser um espírito mais evoluído que o comum das crianças. O que fez os pais buscarem ajuda espiritual foi porque a menina estava angustiada em demasia. Frequenta uma escola nova onde notou que a maioria dos colegas de classe são de pais separados, isto lhe dava grande preocupação e medo de ver, também, seus pais se divorciando. O casal afirmou que nunca pensaram se separar, pois são muito unidos, mas a filha não consegue se livrar desta preocupação que não era apenas em relação a si mesma, mas também com a situação dos companheiros de classe. Ser filho de pais separado, para ela, era uma lástima, um sofrimento muito grande para os filhos.
 
 
 
Se num espírito, notadamente evoluído, o divórcio provoca uma avalanche de emoções o que será daqueles que possuem uma evolução mediana ou inferior?
 
 
Este não foi um caso separado, é um dos muitos que atendi mostrando nos divórcios, os traumas e lesões emocionais que provocam nas crianças e jovens.
 
 
Não duvido que o plano espiritual esteja preocupado com esta frequência de separações, pois muitos programas reencarnatórios são alterados por este motivo. Crianças que precisavam de ambos os pais juntos para um maior aprendizado ou até resgate, deixaram de ser atendidas por aqueles que se comprometeram a ajudá-la.
 
 
Há casos extremos onde o divórcio seria um mal necessário ou melhor alternativa, mas não é o caso da maioria. O que notamos é que as separações são muitas vezes, por motivos pequenos e fúteis. "Não amo mais meu marido", "Não amo mais minha esposa", "Somos incompatíveis","Quero seguir minha felicidade"...Esquecem que os filhos também precisam ser felizes e o número que aceitam a separação dos pais com alegria e naturalidade é bem pequeno.
 
 
Muitos espíritos mais iluminado que o comum, estão reencarnando e muitos são criaturas delicadas, emocionalmente falando. Possuem luzes interiores, mas são inseguras neste mundo ainda bastante cruel e inferior. A segurança de um lar, com o amor de pais responsáveis, elas conseguirão crescer amparadas e conseguirão melhorar tudo que está errado no planeta.
 
 
Antes de poderem nos ajudar, elas precisam ser ajudadas.
 
 
Nenhum lar de pais separados consegue dar esta segurança. Adiar um pouco a própria felicidade é necessidade urgente nos lares. Sabemos pela Doutrina Espírita que não nascemos na terra "à passeio", sabemos também que a verdadeira felicidade não é deste mundo, como afirmou Jesus. Não esperemos que no casamento "sejamos felizes para sempre" e que nosso marido ou esposa seja um par perfeito, o que é bastante raro na vida real. O lar ainda é uma matéria das mais difícil do nosso aprendizado no Educandário Terra. Se sairmos bem dele teremos tranquilidade de consciência no futuro e mais felizes seremos.
 
 
Quem não tenha segurança no casamento ou relacionamento que pense bem antes de ter um filho.
Ter filhos é uma grande responsabilidade espiritual. Esta responsabilidade se chama: renúncia.
 
 
O lar é um oásis neste deserto em ebulição que é o mundo atual. Se a criança não encontra apoio dentro dele, onde encontrará? A criança que veja os pais deixando de se amar, como aprenderá a amar? Que exemplos seguirão?
 
 
"Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei". Disse-nos Jesus. Isto serve para todos, inclusive, casais.
 
 
 
                                                                        Mitera/MLucia
 
 

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